Quer saber mais? Leia o excelente livro 1808, de Laurentino Gomes. É a história completa da mudança da família real para o Brasil, recheada de bom humor.D. João fez uma série de melhorias que, sobretudo, visavam o bem-estar da corte em nossas terras, criando hortos, parques, ruas, jornais e até faculdades. As mudanças foram tantas que há toda uma simbologia em torno de 1808 e a chegada da família Real de Portugal ao Brasil.
LAURENTINO GOMES é paranaense de Maringá, vencedor de 6 Prémios Jabuti de Literatura e autor dos livros 1808, sobre a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro; 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República. Lançado na Bienal do Rio de Janeiro de 2007, o livro 1808 foi eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras e publicado em inglês nos Estados Unidos pela Editora Lyons Press, do Grupo Globe Pequot de Connecticut. Ao todo, as suas obras já venderam mais de 2 milhões de exemplares no Brasil e no resto do mundo. Graças à repercussão destes três títulos, Laurentino já foi eleito duas vezes pela revista Época como um dos cem brasileiros mais influentes do ano. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, tem pós-graduação em Administração na Universidade de São Paulo. Laurentino Gomes é membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paranaense de Letras.
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Fechando nossa lista de Melhores Livros de História do Brasil, não poderíamos deixar de citar 1808 a pesquisa história do jornalista Laurentino Gomes. Esse é um sucesso editorial que ultrapassou todas as fronteiras, transformando o livro no mais vendido da história na categoria não-ficção.
No que se refere a livros, deve-se mencionar em primeiro lugar as publicações feitas pela Comissão carioca do bicentenário. Até agora, destacam-se a divulgação das cartas inéditas de Carlota Joaquina por Francisca L. Nogueira de Azevedo,4 4 AZEVEDO, Francisca L. Nogueira de. (Estudo e organização). Carlota Joaquina, Cartas inéditas. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007; e da mesma autora Carlota Joaquina na corte do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. dos livros de Vasco Mariz sobre a música nos tempos joaninos,5 5 MARIZ, Vasco. A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008. de Rosa Nepomuceno sobre a criação do Jardim Botânico,6 6 NEPOMUCENO, Rosa. O Jardim de D. João. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008. do relato de Thomas O'Neil sobre a viagem da família real,7 7 O'NEIL, Thomas. A vinda da família real portuguesa para o Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio Ed., 2007. com substancial introdução de Lília M. Schwarcz, autora também da história da vinda da biblioteca real para o Rio de Janeiro, publicada em 2002,8 8 SCHWARCZ, Lília Moritz. A longa viagem da biblioteca dos reis. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. do livro de Kenneth Light sobre a mesma viagem, baseado em cuidadosa pesquisa de documentos inéditos do Almirantado britânico, hoje guardados no Public Records Office,9 9 LIGHT, Kenneth. A viagem marítima da família real. A transferência da corte para o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. e do livro sobre saúde pública que traz documentos da época e tem introdução de Moacyr Scliar.10 10 A Saúde pública no Rio de Dom João. Textos de Manoel Vieira da Silva e Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto. Introdução de Moacyr Scliar. Rio de Janeiro: Ed. Senac Rio, 2008. Em Salvador, lançou-se luxuosa edição sobre a chegada da corte à cidade.11 11 ATHAYDE, Sylvia Menezes de. (Org.). A Bahia na época de D. João VI: a chegada da corte portuguesa, 1808. Salvador: Solialuna, 2008. No campo da história da arte, ressaltam duas obras excepcionais patrocinadas pela Peugeot Citroën do Brasil dentro do quadro das celebrações dos 200 anos: os monumentais catálogos raisonnés de toda a obra brasileira de Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, publicados em edições luxuosas. O primeiro é de autoria de Júlio Bandeira e Pedro Corrêa do Lago, o segundo de Pedro Corrêa do Lago.12 12 BANDEIRA, Júlio; LAGO, Pedro Corrêa do. Debret e o Brasil: obra completa. Rio de Janeiro: Capivara, 2007, com prefácio de José Murilo de Carvalho; LAGO, Pedro Corrêa do. Taunay e o Brasil: obra completa, 1816-1821. Rio de Janeiro: Capivara, 2008. A esses dois, deve-se acrescentar o excelente livro de Lília M. Schwarcz sobre Nicolas-Antoine Taunay, mais analítico. Nele, a autora contesta a própria idéia de Missão Francesa.13 13 SCHWARCZ, Lília Moritz. O sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Fora do programa oficial de publicações, merece registro o livro de Lúcia Bastos sobre os panfletos antinapoleônicos em Portugal14 14 NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Napoleão Bonaparte: imaginário e política em Portugal c.1808-1810. São Paulo: Alameda, 2008. e dois relatos jornalísticos. O primeiro é do australiano Patrick Wilcken e foi publicado em data um pouco anterior à do bicentenário, 2004, e traduzida em 2005, certamente tendo em vista a efeméride que se aproximava.15 15 WILCKEN, Patrick. Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. O segundo é o livro de Laurentino Gomes, 1808, que por meses tem freqüentado a lista de mais vendidos.16 16 GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. Rio de Janeiro: Planeta, 2007. Note-se que o subtítulo, vazado no melhor estilo das visões caricatas, não corresponde ao conteúdo do livro. Registrem-se ainda a boa análise do período sob o ponto de vista das relações internacionais, de autoria de Andréa Slemian e João Paulo G. Pimenta, e o romance de Ruy Castro, ao estilo das Memórias de um Sargento de Milícias.17 17 SLEMIAN, Andréa; PIMENTA, João Paulo G. A corte e o mundo: uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008; CASTRO, Ruy. Era no tempo do rei: um romance da chegada da Corte. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Com data de publicação um pouco anterior, mas com tradução em 2008, há o livro de SCHULTZ, Kirsten. Versalhes Tropical: Império, monarquia e a corte real portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
O tom predominante em todos os eventos e publicações, como era de esperar, tem sido uma avaliação positiva, tanto da figura de D. João como das conseqüências da vinda da corte.19 19 Para uma avaliação geral da historiografia em torno do tema, ver GUIMARÃES, Lúcia Maria Paschoal. "A transferência da corte portuguesa para o Brasil: interpretações e linhagens historiográficas". Texto apresentado no CONGRESSO INTERNACIONAL 1808: a CORTE NO BRASIL, realizado na Universidade Federal Fluminense, 10-14 de março de 2008. No que se refere ao príncipe, tem predominado a posição equilibrada estabelecida pelo historiador e diplomata pernambucano Oliveira Lima em seu livro de 1908, em contraste com a visão quase caricata inaugurada por Oliveira Martins em 1880 e seguida no Brasil por Luiz Edmundo em 1939.20 20 LIMA, Manoel de Oliveira. D. João VI no Brasil (publicado em 1908). 3.ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1996; MARTINS, Oliveira. História de Portugal. Lisboa: Livraria de Antônio Maria Pereira, 1880; EDMUNDO, Luiz. A corte de D. João no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conquista, 1957. 3.v. 2.ed. Um sintoma dessa orientação é a total marginalização, em 2008, do filme de 1995 de Carla Camurati, Carlota Joaquina, princesa do Brasil, que seguiu a linha de Oliveira Martins. Ele só foi lembrado como exemplo negativo. A biografia de Jorge Pedreira e Fernando Dores da Costa também está mais próxima da postura de Oliveira Lima, assim como, provavelmente, estará a de Lúcia Bastos Pereira das Neves. Uma das poucas manifestações críticas que detectei veio do historiador baiano Luís H. Dias Tavares.21 21 TAVARES, Luis Henrique Dias. "Questões políticas e econômicas na transferência da sede do governo absolutista de Portugal de Lisboa para a cidade do Rio de Janeiro (1808)". Trabalho apresentado no seminário sobre os 200 anos organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, 2008.
16 GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. Rio de Janeiro: Planeta, 2007. Note-se que o subtítulo, vazado no melhor estilo das visões caricatas, não corresponde ao conteúdo do livro.
17 SLEMIAN, Andréa; PIMENTA, João Paulo G. A corte e o mundo: uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008; CASTRO, Ruy. Era no tempo do rei: um romance da chegada da Corte. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Com data de publicação um pouco anterior, mas com tradução em 2008, há o livro de SCHULTZ, Kirsten. Versalhes Tropical: Império, monarquia e a corte real portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
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